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Goiânia, Goiás, Brazil
Escrevemos sobre assuntos ligados à história goiana, genealogia, artes, artesanato e assuntos de interesse de nossa família. Portanto, esse espaço pertence a uma pessoa somente, é público, todos podem ler se quiser, pois aqui publicamos vários tipos de assuntos, a grande maioria dos leitores se manifesta positivamente e com elogios, o que agradecemos muito. Os comentários devem ser acompanhados de identificação, com email, para que sua opinião seja publicada.
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sexta-feira, 5 de abril de 2013

MAURO BORGES - NA INTIMIDADE


Mauro Borges Teixeira – o ex governador Mauro Borges, como muitos o conhecem,  falar do que ele fez é muito fácil, porque trabalhou muito, edificou, realizou e deixou u grande legado político administrativo, porém seu maior legado ele construiu par a par com a sua amada companheira, amor de sua vida Maria de Lourdes Estivallet Teixeira, a sua Lourdes, a sua família. Como ele sentia orgulho de seus filhos e netos, era um carinhoso pai, avó e sogro. Conduziu sua família com determinação, com um amor exigente educou a todos para que fossem honestos e íntegros, que valorizassem o ser humano respeitando a individualidade de cada um e respeitassem e amassem a sua Pátria.
Como ele sentia orgulho de ser brasileiro e goiano. Como militar – Coronel reformado do Exército ensinava a todos que é obrigação e dever de cada cidadão defender  a sua Pátria e agir corretamente. Trabalhar e viver do que produz para se sustentar.
Quando saiu do governo foi obrigado pelo regime militar que assumiu, os ditadores, a ficar recluso em sua fazenda Congonhas em Corumbá. Lá, ele, ficou com sua Lourdes, os meninos estudavam e ficaram na casa dos avós e da tia Prudencia.
Filho de governador por mais de 30 anos, Pedro Ludovico foi eleito e reeleito, mas,  não acumularam riqueza, pelo contrário, saíram sem nada da política, como deve ser, mas,  com muita dignidade. Mauro quando foi deposto ele não tinha casa e nem carro, tinha uma fazenda comprada com a herança da d. Lourdes que perdera seu pai. Na verdade não tinha nada, nem emprego, estava proibido de sair de sua fazenda, mas, como tinha que viver e manter a sua família ele iniciou o primeiro reflorestamento de eucaliptos no Estado de Goiás.
Alguns poucos amigos o visitaram lá nas Congonhas, um deles ao chegar lá se espantou em ver o ex governador,  vestido como um peão,  a roçar um canavial. Tomaram um lanche juntos e o amigo perguntou: Mauro como você está fazendo para se locomover? Ele ficou espantado porque não viu carro nenhum, ele, então, com a ajuda de outros amigos comprou e deu a ele um carro, uma Rural.
Seu exemplo, suas atitudes moldaram uma família não exemplar, porque seria presunção demais auto elogiar, mas, ele era um mestre, a família teve o privilégio de escutá-lo falando de muitos  assuntos, coisas corriqueiras, coisas atuais, histórias da família, suas histórias, histórias do mundo atual e antigo era culto, sabia de tudo. São ensinamentos que passarão de geração a geração, porque são ensinamentos que moldam o caráter das pessoas de sua família. São pessoas boas, íntegras, como ele era , assim será  sempre lembrado por nós da família, o pai, o avô e o sogro que não tinha preguiça de ensinar as suas virtudes, o que aprendeu e o que a vida lhe ensinou. Não guardava rancor e nem tinha ódio. Tinha a sabedoria dos grandes. Quando meu pai faleceu,  o então Senador Mauro Borges me pediu para escrever uma placa e colocar em seu túmulo com essa frase que lhe define muito bem, também:
FOI GRANDE SEM QUERER SER, CUMPRINDO O SEU DEVER.

MAURO BORGES, EM FAMÍLIA


PARA OS GOIANOS ELE FOI O HOMEM QUE MUDOU A HISTÓRIA ADMINISTRATIVA DE GOIÁS e
Para a família foi um homem amoroso que fazia questão da convivência harmoniosa e de transmitir seus abençoados ensinamentos. Foi um privilégio conviver com nosso amado avô Mauro.
Deus deu a ele diversos dons, dentre eles o da sabedoria porque sabia que ele era um filho especial e saberia usar o que recebia para o bem. Ele espalhou à sua volta a solidariedade, usando generosamente o seu trabalho beneficiando a coletividade.
Jesus mandou amar a Deus e ao próximo, meu avô amou e amou ao próximo por atacado. Ele tinha em sua própria casa um exemplo ímpar, a sua mãe Gercina, que era conhecida como a Mãe dos Pobres.
Desde cedo ele sabia o que queria ser. Conduziu sua educação formal preparando-se para uma eventual vida civil em cargo executivo, já que escolhera a carreira militar. Ele sabia que no Exército ele aprenderia a ser disciplinado e a organizar as suas estratégias de ações. Assim, com muita disciplina, mas de forma amorosa, ele usava isso também para educar e ensinar a família. Ele frequentemente traçava metas para cada um dos filhos e depois cobrava cada atividade programada.
Tudo seu era detalhadamente planejado e escrito em forma de pequenas anotações, geralmente em papéis dobrados, para facilitar colocá-los no bolso. A quantidade de papéis escrita por ele, com anotações valiosas, daria um livro muito interessante.
Foi um excelente professor de história para todos nós, ele não se contentava em contar as histórias, ele queria o retorno e cobrava depois tomando a lição. Aprendemos muito, não só porque ele era um bom narrador, muito mais porque havia emoção em suas narrativas, muitas vezes ele chorava quando falava dos grandes guerreiros e heróis militares ou quando cantava os hinos do exército. Com a voz embargada ele declamava poesias como “Navio Negreiro” e páginas inteiras de Camões. Podemos chamar de minutos de sabedoria cada minuto ao seu lado. Em qualquer lugar ele achava uma maneira para ensinar, mesmo quando estávamos na fazenda ele passava horas falando sobre a vegetação, os tipos de solos, sobre pecuária e agricultura.
Ele dizia, quando era menino, que seria militar ou caubói. Ainda bem que ele decidiu ser militar, assim, servindo no Rio Grande do Sul ele conheceu a sua amada Lourdes, companheira, incentivadora, o amor de sua vida. Uma vez lhe perguntaram qual teria sido o cargo mais importante de sua vida. Ele respondeu sem vacilar: “O de marido de Lourdes”.
Suas referências de família são marcantes, costumava se referir aos avós com carinho e com muita emoção falava de seus pais, Pedro e Gercina. Ele poderia ter vivido aproveitando o sucesso de seu pai, seu líder, mas, aos 16 anos foi para longe estudar o que queria e cedo conquistou o seu lugar de destaque no meio de seus colegas da escola militar, porque em ocasiões que dependiam de atitudes firmes, ele antecipava e se impunha ao apresentar aos seus superiores soluções para os impasses.
Ele repetia continuamente essa frase: por Goiás e pelo Brasil!... Esse era o Mauro Borges, mesmo na intimidade da família ele não parava de pensar o desenvolvimento de Goiás e do Brasil.
Observador e culto, ele estava sempre em dia com tudo o que se passava. Ele admirava a modernidade, aliás, ele se adiantou no tempo planejando muito bem as suas atividades como militar, como governador, como fazendeiro e como chefe de família. É um exemplo para todos. Ser um herdeiro seu é uma grande responsabilidade, mas isso não quer dizer que temos que seguir os mesmos passos ou sermos parecidos com ele, ele se sentiria feliz em saber que seus descendentes são cidadãos honestos e que sempre estaremos honrando a herança que recebemos dele.
Deus abriu os braços para recebê-lo e ele está na glória de Deus!
Amém!


sábado, 16 de fevereiro de 2013

MAURO BORGES, 93 ANOS


Hoje, 15 de fevereiro de 2013, é aniversário do meu sogro Mauro Borges Teixeira que me ensinou muitas coisas ao longo de nossa convivência há mais de 40 anos. Sábio, culto e com grande habilidade para transmitir o que sabia, dedicava horas e horas conversando com a família, eram horas de muita alegria e confraternização, era um aprendizado mútuo, como ele dizia os jovens ensinando aos mais velhos e vice versa.
Todos os seus filhos, netos e eu, nesse caso falo com muito respeito e encanto pela sua dedicação aos seus, usufruíram de sua vasta cultura, apesar do seu compromisso e responsabilidade diante dos cargos importantes que ocupou.
Com ele aprendemos muito de história, geografia, civilidade, patriotismo e em tudo que ele podia tecer algum comentário, assim fazia. Ele é dessas pessoas que nada o faz desistir de suas metas. Das coisas mais importantes de seus ensinamentos, que nos marcou muito, foi a sua segurança e otimismo diante de todos os momentos de sua vida, seu objetivo era transmitir aos seus descendentes, homens e mulheres, a sua perseverança e o principal, a sua habilidade para enfrentar as adversidades que a vida apresenta. Era um leitor ávido. Em sua vida leu demais. Biografias de grandes vultos da história brasileira e mundial, livros das grandes guerras e batalhas, livros dos escritores goianos, enfim, leu de tudo e com essas leituras enriqueceu a vida dos que o cerca, pois, entusiasmado ele contava as grandes batalhas, muitas vezes se entusiasmava tanto que chorava. Um dos mais tocantes momentos de “ensinamento” de respeito e amor ao próximo é quando ele declama a poesia “Navio Negreiro” de Castro Alves, ela é longa e retrata um triste fato histórico do Brasil, a escravidão. Declamava ela inteira, se emocionando em alguns versos: “Auriverde pendão de minha terra, que a brisa do Brasil beija e balança, estandarte que a luz do sol encerra as promessas divinas da esperança... Tu que, da liberdade após a guerra, foste hasteado dos heróis na lança antes te houvessem roto na batalha, que servires a um povo de mortalha!”
Outros momentos em que se destacava o seu lado romântico era quando escutava os tangos, as marchinhas e dentre as suas músicas preferidas estava a especialíssima “Olhos Negros - Ochi chyornie ", música russa. Mas, as que lhe traziam lágrimas aos olhos eram os hinos militares, sendo o seu preferido o da Infantaria, Arma a qual ele pertencia.
A sua vida foi marcada por momentos desafiadores que lhe exigiram muita determinação. Desde menino vivenciou cenas que envolviam a família em circunstâncias perigosas. Atravessar a vida enfrentando desafios e, muitas vezes, injustiças, o fez um ser humano paciente, porque em certos momentos era necessário ser humilde e, em outros, ser um homem destemido capaz de vencer qualquer batalha.  A sua educação de berço aliada ao seu aprendizado na escola militar e a admiração à cultura oriental foram essenciais para seu estilo meio Alexandre, o grande, meio Dom Quixote de La Mancha, meio Kung Fu e muito ele mesmo se espelhando, é fato, na vida de um homem determinado e de sucesso, o seu pai Pedro Ludovico. Hoje, dizem que seu pai mudou a história do Estado de Goiás construindo Goiânia projetando o Estado na era do progresso e ele, Mauro Borges, com o seu Plano de Governo MB, transformou e modernizou a maneira de administrar o Estado.
Ele é uma pessoa que se valeu de tudo o que aprendeu para ajudar aos outros, sempre pensando em contribuir de alguma forma para melhorar do seu Estado e o seu País. Ele dizia quando era pequeno que queria ser cowboy ou general e de certa forma foi os dois. Em muitas oportunidades de sua vida fez prevalecer o seu temperamento de cowboy arriscando-se em aventuras que poucos teriam coragem de enfrentar como ele fez, por outro lado, ao se eleger governador, cargo administrativo que se equipara ao cargo máximo na hierarquia militar, teve da parte das Forças Armadas todas as homenagens equivalentes a um general, embora tenha chegado somente a coronel.
Em seu livro “O caminho da Tranquilidade” Dalai-Lama parece estar falando de Mauro Borges quando diz: “Determinação, coragem e autoconfiança são fatores decisivos para o sucesso. Não importam quais sejam os obstáculos e as dificuldades. Se estamos possuídos de uma inabalável determinação, conseguimos superá-los. Independentemente das circunstâncias, devemos sempre ser humildes, recatados e despidos de orgulho.”

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Virgílio José de Barros -





História de Virgílio José de Barros (Cachapuz e Chaves)

Cel. Virgílio José de Barros

Correio Oficial de 16/02/1936
Ao cabo de longos padecimentos, rebeldes a todos os cuidados da ciência médica, que carinhosamente lhe foram ministrados, veio a falecer, ontem, às onze horas, nesta capital, o sr.cel. Virgílio José de Barros.
Vulto de rija têmpera, forjado no mais puro aço, o sr.cel. Virgílio de Barros deixa de sua passagem pela vida política de nossa terra traços marcados de patriotismo, em vários anos de pelejas cívicas e eleitorais.
Rememora, de momento, numa notícia escrita ás pressas, a atuação do ilustre finado nas justas partidárias de Goiás, é tarefa que quase diríamos sobre-humana, dado que essa atuação remonta dos primórdios da república.
Do feito: o sr.cel. Virgílio de Barros, desde aqueles longos tempos, filiou-se ao partido chefiado por Leopoldo de Bulhões e, ao lado de Leopoldo Jardim e Guimarães Natal; sempre se houve com a máxima correção, não tergiversando jamais e jamais transigindo com as suas idéias.
Nem mesmo a queda, em 1900, de Leopoldo Bulhões e do seu partido, naquele tempo, em que o grande goiano era ministro da fazenda do Governo Rodrigues Alves, fez quer Virgílio Barros tangenciasse, passando para as hostes que antes combatera.
Durou quatro anos seu ostracismo. Veio afinal, a revolução de 1909, em que Leopoldo de Bulhões se empenhou, conclamando para a luta os velhos amigos que se achavam de armas ensarilhadas.
E Virgílio de Barros foi dos primeiros a atender a esse chamado. Apareceu na arena com a mesma enfibratura rija dos gladiadores convictos, postando-se à frente dos lutadores impertérritos por uma causa que ele julgava justa e patriótica.
Raiou, afinal a vitória do Partido Democrata. Houve a recomposição na administração pública de nossa terra.
A novel, agremiação política, que teve naquele venerando xxxxxxxxxxum tão esforçado e tão valoroso paladino, não poderia deixar, como não deixou, de aproveitar em postos avançados da política os seus serviços que seriam prestados, como o foram com todo o desinteresse, com todo o patriotismo e, sobretudo com toda a lealdade.
Assim, nas eleições feridas em 1909, pouco antes da vitória da revolução que elevou ao poder o Partido Democrata, fora Virgílio de Barros eleito deputado, e considerando mesmo aqueles atributos, o aludido partido o elegeu presidente da Câmara Estadual, ainda mais uma vez, teve ensejo de corresponder à confiança dos seus correligionários, como já o houvera feito em continuadas legislaturas no Conselho Municipal.
Mais tarde, ainda no governo Nilo Peçanha, foi criado aqui a Escola de Aprendizes Artífices, sendo nomeado Virgílio de Barros para seu primeiro diretor. Coube-lhe, dessa maneira, organizar os serviços do novo e útil estabelecimento de ensino, infundindo-lhe ordem e conseguindo incutir no espírito de nosso povo a verdadeira finalidade do instituto que, de pronto, conseguiu elevada matrícula de alunos.
Mais uma vez, em 1912, caiu novamente, na política do estado como na federal, a facção chefiada por Leopoldo de Bulhões. E mais uma vez Virgílio de Barros se recolheu ao ostracismo.
Passaram-se os anos. Em 1925, quando um grupo de goianos destemidos, revoltados contra o estado de coisas criado em nossa terra pela situação dominante – naquela quadra ominosa em que a justiça era vilipendiada, postergados os direitos dos cidadãos e desbaratados os dinheiros públicos – se levantaram em oposição, mais uma vez Virgílio de Barros deixou a comodidade de seu lar e a calma de uma vida despreocupada, a fim de que fosse reimplantado em Goiás o império da lei e da moralidade.
Foi, destarte, colocado na cúspide do Diretório da Aliança Liberal, aqui criado, cargo em que se manteve até que foi instituído, em célebre assembléia, o Partido Social Republicano.
Recolhido, depois disso, ao seu lar, minado o seu organismo por doença que há anos se vinha agravando, não deixou, jamais o cel. Virgílio de Barros de merecer o apreço e a estima de seus conterrâneos, que hoje deploram o seu passamento, mesmo soubessem inevitável.
O ilustre finado deixa uma grande e digna descendência, sendo sogro dos srs. senador Mário d’Alencastro Caiado, Lindolfo Velasco, Dr. Inácio Bento de Loiola, juiz de direito em disponibilidade; Dr. Domingos Batista Abreu e Benedito Batista Abreu, juízes de direito de Bela Vista e Anápolis.
A exma. família enlutada o CORREIO OFICIAL apresenta sinceras condolências extensivas ao nosso Estado, que vem de perder um dos seus mais dignos filhos, um dos mais autênticos representantes de uma geração que se vai extinguindo.