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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

REVITALIZAÇÃO DA PRAÇA PEDRO LUDOVICO TEIXEIRA


Desde quando se falava em colocar a estátua equestre com Pedro Ludovico Teixeira em um local diferente do que havia sido acordado com a família, há tantos anos atrás, a grande preocupação era o fato de, a cada dia mais, Goiânia ter o seu traçado inicial desfigurado, assim, os órgãos responsáveis por zelar do que é a nossa história, perceberam a urgência em revitalizar o que está precisando de socorro urgente.
O ideal seria iniciar construindo um Instituto/Museu dos Pioneiros na Praça Pedro Ludovico Teixeira, uma instituição moderna visando reunir toda documentação, como as plantas da cidade, os decretos, as fotografias, os filmes, depoimentos e todas as informações sobre a construção da cidade, com uma finalidade muito antiga por todo o mundo: preservar a história de um povo, a memória do fundador está sendo cuidada em seu Museu Pedro Ludovico Teixeira, acanhado para abrigar outras tantas informações.
Todos sabem que um povo que perde a sua memória, perde a sua riqueza cultural. Para que se mantenha viva a memória de um povo é necessário cuidar de seu patrimônio, de sua gente e de seus costumes. É preciso ter amor às coisas de sua terra, ter orgulho de suas raízes.
Já se manifestaram de todas as maneiras sobre o local para se colocar a estátua de Pedro Ludovico Teixeira na Praça que leva o seu nome, a negativa vem por causa do tombamento da Praça pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. Contudo, o que mais agride aos pioneiros é a falta de uma referência que destaque ali na Praça o seu fundador, o que existe é um pequeno busto, com pouco mais de 50 cm, no pátio da frente do Palácio das Esmeraldas. Insignificante diante da gigantesca obra de arte de Neusa Morais, a imensa escultura apelidada de “Monumento às Três Raças”, uma alusão aos trabalhadores pioneiros que construíram Goiânia, ela está ali, bem no centro da praça destoando do restante, tomando o lugar do adequado obelisco que ali se encontrava, imitando, de acordo com os recursos existentes à época, o milenar obelisco de Luxor, instalado no centro da “Place de La Concorde”, em Paris, desde 1833 e, apesar do crescimento da cidade, nenhum governante mexeu ou retirou o obelisco do lugar, podem até dizer de sua magnitude, mas, o que vale ressaltar é que tem sido preservado por representar uma história, um marco instalado ali desde 1833.
O nosso obelisco, embora simples, era um marco da fundação da cidade e se foi, não preservaram a história e a nem sabem a razão porque naquele lugar tinha um pequeno obelisco. Deixaram a Praça ir se acabando, nem mesmo o tombamento do IPHAN ajudou a preservar esse patrimônio, a sua concepção inicial foi maculada inúmeras vezes. Os postes de iluminação foram substituídos por imensos postes de cimento, os mastros com as bandeiras ferem a harmoniosa fachada do Palácio, a Praça de Pedro Ludovico Teixeira de ontem já não existe e até hoje é chamada de Praça Cívica.
Será que teremos sempre que corrigir as crianças que visitam a Praça Pedro Ludovico Teixeira e ali aprendem que quem construiu Goiânia foram as três raças? Por que, inadvertidamente, ao se querer fazer uma homenagem aos trabalhadores que construíram a cidade, permitiram colocar em local impróprio uma escultura que destoa totalmente do restante da praça? Se há algo a preservar que seja a história correta dessa cidade tão nova, tão bonita, de traçado simples, que tinha a petulância de querer se parecer com Versailles, cidade francesa idealizadora do traçado inicial de Goiânia, com praças imensas, jardins bem cuidados, ruas largas e bem dimensionadas.
Aqui tinha um clube moderno para o lazer chamado Jóquei Clube, sua sede antiga foi derrubada; tinha um hospital público gratuito, a Santa Casa, foi derrubada; tinha um mercado no centro da cidade, concentrando nele os armazéns e lojas de alimentos para facilitar a vida da dona de casa – foi derrubado;  é impossível enumerar o que se perdeu em menos de um século, Goiânia tem recebido um tratamento indisciplinado com relação ao que diz respeito à sua história. O tombamento da Praça Pedro Ludovico Teixeira - é fundamental, mas como se vê ele não evitou a decrepitude do local, pararam de cuidar de seus jardins, da iluminação pública, das fontes luminosas, da conservação da pintura, deixaram a ocupação desordenada do logradouro por moradores de rua e lavadores de carro. Permitem a sua degradação cada vez que fazem as montagens de imensos palcos e arquibancadas para eventos e, o próprio governo anexou “puxados” para aumentar os edifícios públicos situados na praça.
Agora, o poder público resolveu revitalizar a praça corrigindo alguns desses problemas, o tombamento não pode se tornar o empecilho, o órgão responsável deve ser parte da solução para devolver à principal Praça de Goiânia a sua função, a sua beleza e ao povo goiano um ponto turístico que valorize a sua história. E o mais importante dar ao Palácio das Esmeraldas um ambiente externo compatível com a representatividade da residência de quem é, do chefe do Estado, deve ser revitalizada e permanecer impecavelmente arrumada.
Seria bom se nesse processo de revitalização ficasse registrado a proibição de edificações que deturpem o traçado original, como fizeram com os Correios, o Tribunal de Contas com seus anexos e até o Centro Administrativo Pedro Ludovico Teixeira. E, para garantir sua preservação proibir eventos ali, a aglomeração de pessoas causa transtornos, como o pisoteando de tudo que encontram pela frente.
O Governo de Marconi Perillo está cuidando do jardim da casa do Governador, que este zelo permaneça. A revitalização é um marco administrativo e colocar a estátua de Pedro Ludovico Teixeira em sua Praça é um marco histórico, uma questão de coerência com a história, Pedro na principal praça de sua Goiânia.
Assim, como Pedro Ludovico Teixeira entregou a sua grande obra ao Brasil, no dia da inauguração em 5 de julho de 1942, dizendo: "Ao Brasil entrego um grande ideal que se tornou uma grande realidade - GOIÂNIA", a ele seja entregue a sua Praça, em reconhecimento pela sua obra.

Maria Dulce Loyola é administradora 

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