Uma das coisas que me encanta em São Paulo é a preservação da sua história que é, por sua antiguidade, a história dos brasileiros, também. Tem sido hábito em São Paulo revitalizar edifícios antigos, adaptando-os para abrigar centros de cultura excelentes. Visitar o Mercado que tem muito mais de 100 anos e foi preservado, a Estação Ferroviária, a Pinacoteca e tantos outros lugares mais que centenários e muito bem preservados faz com que se conclua que copiar quem faz certo é uma boa maneira de acertar, também.
Goiânia, apesar de ser uma Capital aonde a riqueza
é visível pelo consumo de bens e serviços, lamentavelmente, os governantes não
conseguem sensibilizar aos que são geradores dessa imensa riqueza para que
invistam, como incentivo, na área cultural, na preservação de nossa história.
O que se vê é a seguida repetição de atos como foi a
destruição do Mercado Central para ali edificar uma garagem, de vários andares,
sem, que até hoje tenha alcançado algum objetivo, se é que tenha sido
planejado. A destruição da Santa Casa,
marco da caridade e do início de Goiânia, para edificar um Centro de Convenções
é uma das aberrações das administrações passadas, rapidamente se tornou um elefante
branco pelo fato de ter sido extremamente inadequado o local escolhido, todos
sabem que os centros de convenções são colocados estrategicamente em locais que
permitem o acesso de um enorme público, com estacionamento gigantesco para
receber um grande número de carros e ônibus, ali, na Rua 4, eles só podem parar
ocupando as laterais das ruas em volta do Centro de Convenções na Rua 4, alguns
têm placas de proibido parar, tudo isso causa transtorno para quem passa por
ali e para os próprios motoristas desses veículos, total falta de planejamento
ou fizeram assim para justificar a
injustificável destruição da Santa Casa?
A descaracterização da Praça Pedro Ludovico
Teixeira, abandonada há décadas, mostra o descaso com o bem público. Deixaram construir
ali um barracão para abrigar parte da Prefeitura e assim permanece até hoje,
mas, felizmente, já está aprovada pelo Governador Marconi Perillo parte da
restauração da praça. Essa praça era o encantamento dos goianienses antigos que
faziam dali seu local de passeio com a família no final da tarde e nos fins de
semana. Porém, hoje em dia, é usada para shows, exposições e celebrações requerendo
que ali se monte enormes estruturas que danificam tudo que há em volta (se é
que ainda tenha sobrado algo). Essa prática tem que ser eliminada. Nada existe
ali que lembre o jardim do Palácio das Esmeraldas de antes, com suas fontes
luminosas e seus arbustos podados e bem cuidados. Hoje é o jardim mais descuidado
e abandonado de Goiânia, não salva nem o que está no pátio da frente do
Palácio, parece até que não existem paisagistas em Goiânia capazes de fazer um
jardim adequado à casa do Governador.
Visitar um centro de cultura como São Paulo no faz
voltar para casa pensando quando será que deixarão de fazer obras faraônicas, deixando
o que temos acabar, sem valorizar o pouco que restou. Revitalizar e restaurar o
que já existe, preservando o que se dá o nome de patrimônio e a exemplo de São
Paulo não destruir, mas adaptar o local para ser um novo espaço cultural, usando
melhor os edifícios antigos como a Estação Ferroviária, o Grande Hotel e
outros. Assim como, o Teatro Goiânia que já foi palco de tantos excelentes espetáculos.
Porém, não se cuidou de seus bens, que fazem parte do patrimônio. Dizem que o
piano de caldas que era do Teatro Goiânia caiu do palco e quebrou de tal
maneira que não teve recuperação, depois desse "acidente" nunca mais se
teve um piano com a qualidade desse.
É preciso, não só vontade para realizar tudo isso,
mas é preciso entender que a nossa cultura, a preservação de nossos bens é mais
importante que valorizar a cultura de fora, essa já é valorizada em seus
Estados. Não tenho nada contra cinema, mas, não é o que Goiás produz, quantos
filmes de sucesso saíram de Goiás nos últimos anos? No entanto se gasta uma
fortuna para valorizar empreendimentos que não são nossos, no intuito de
alcançar projeção nacional repetindo, importando hábitos de outros lugares,
onde o evento é um grande sucesso devido ao tempo em que ali é realizado e se
tornou uma realização tradicional dali. Importar eventos, manias, tradições de
terceiros significa que não amamos o que temos.
Estação Ferroviária de São Paulo revitalizada atende a seu propósito e tem a Casa São Paulo de espetáculos musicais e o Museu da Língua Portuguesa na outra ala, tudo devidamente aproveitado. |
Mercado de São Paulo, com restaurantes excelentes e com sua s bancas de alimentos, tudo usado com cuidado e zelo. |