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quinta-feira, 26 de maio de 2011

O DESEJO HUMANO - DIVERSIDADES - de Maria Lúcia Felix Bufaiçal

Nota de Maria Dulce a Maria Lúcia - nossa amiga Money
Cada um pode ter a sua opinião, mas atitude de respeito ao próximo está em todas as formas de religiões, filosofias, metodologias administrativas e de vida, que só têm um objetivo: a paz na sociedade. Fico admirada (chocada) com textos que instigam a neurótica apologia da discriminação de qualquer forma, mais lamentavel ainda, quando partem de formadores de opinião, de padre e de pastor, atitude nem um pouco cristã.
Parabéns, amiga Money, poucos tem a sua atitude, o seu texto incentiva a paz e a serenidade, você usa seu dom de escrever com grande sabedoria.

O desejo humano - diversidades

"Penso que o que falta é grandeza no coração das pessoas. E uma visão mais poética da vida" m.lucia5@hotmail.com
Maria Lúcia Felix Bufáiçal 25 de maio de 2011 (quarta-feira)

Não sei se vocês vão concordar comigo, mas nunca entendi direito por que as pessoas têm de ser discriminadas e ridicularizadas em função de suas preferências sexuais... E isso - muitos discordarão, tenho certeza - tem melhorado um pouco, com certeza há um pouquinho mais de abertura e aceitação. Porque se uma opção existe, se faz parte do humano, se não é questão de caráter ou honestidade ou capacidade de trabalho e contribuição para a humanidade, qual é o problema? Homo, hetero, transsexuais são gente, e na medida em que não prejudicam ninguém, vivem a vida deles, por que se torna tão difícil aceitá-los? Cada um sabe de si, de seus tormentos, de suas alegrias. Ninguém tem nada com isso, nem padre nem pastor, ninguém. Cuidem esses dos pedófilos e estupradores que grassam por aí e aliciam crianças. Cuidem eles dos corruptos que roubam o dinheiro do povo. Cuidem eles dos criminosos, dos desonestos, dos que contaminam a sociedade com a ganância e a sede de poder. Deixem os gays viver em paz. Além do mais, o preconceito é uma atitude burra porque nunca vai conseguir conter a força da vida. Pronto, já fui suficientemente solene e opiniática por hoje. Agora vou contar um caso:
Tínhamos, há muitos anos, uma parenta no interior que era mãe de um bando de filhos pequenos. Apesar de ser da elite local, dava-se com todo mundo, visitava as comadres pobres e até entre as mulheres "da rua de trás" tinha amigas, pois tinha um imenso coração.
Uma das coisas que fazia sempre era costurar para sua família. O marido trazia uma peça inteira de tecido e ela fazia camisas e vestidos, todos da mesma cor, para a missa de domingo e para o dia a dia. Uma vez, um de seus meninos pediu: "Mãe, faz um vestido novo para minha boneca". Ela nem titubeou: pegou retalhos e costurou o vestido para a boneca do menino, como fazia para as das filhas. Sem drama, sem ida ao psicólogo (que aliás nem existia), sem culpa, sem medo. Isso no tempo em que os gays não se escondiam no armário não, viviam nos sótãos e porões, acuados. Os poucos que saíam à luz, eram perseguidos nas ruas por moleques lhes gritando nomes, eram torturados psicologicamente, verdadeiros mártires - como os do cristianismo - jogados aos leões. Ela, claro, sabia de tudo isso, mesmo porque sempre houve homossexuais no mundo, por mais escondidos que vivessem. Mas enfrentou tudo e todos para que seu filho se sentisse aceito, ao menos por ela, a mãe. Depois de algum tempo, o menino enjoou das bonecas, começou a jogar bola, apaixonou-se, casou-se, teve seus próprios filhos, foi feliz como ela queria que ele fosse, hetero ou não.
Já se conquistou algum terreno, as coisas vêm melhorando nesse aspecto, mas assim mesmo ainda há muita intolerância, nem é preciso dizer. Por exemplo, uma amiga me contou que, ao declarar numa mesa em que estava, ao lado de outras pessoas, que sua filha era homossexual, o tempo fechou. Parecia que tinha dito que a filha era leprosa ou pior. Alguém acudiu: "Não, ela é bissexual", para ver se minorava o espanto dos presentes. E minha amiga, que adora a filha, ficou chocadíssima com aquela reação, disse-me depois que se tivesse falado que a filha era uma assassina, as pessoas teriam se sentido menos agredidas. Mais uma vez, fico sem saber se concordarão comigo, mas penso que o que falta é grandeza no coração das pessoas. E uma visão mais poética da vida.

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