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quinta-feira, 2 de julho de 2009

NOVENTA ANOS DE TIA MENA


Marília, Dilma, Maria Dulce, Mena, Maria Antonieta,Cleusa, Suely, Cleony

Os irmãos: Cley, Cleony, Cleusa,Clymene,Cleomar,Clonge
Na Chácara Santa Clara em Dezembro de 2002

No dia primeiro de julho tia Mena fez noventa anos! Viva! Deus a abençoe!
Sua vida foi e é dedicada a todos. Mesmo não sendo casada arranjou um tanto bom de sobrinhos a quem se dedicou com carinho.
Filha mais velha do casal Ignácio e Geny, teve ainda os irmãos Clenon, Cleomar, Cleony, Clonge, Cleusa, Cley e Cleuler, e Virgílio, que faleceu pouco tempo após o nascimento. Desde criança foi pequenininha e magrinha, parecia frágil, mas enganava, era esperta e dinâmica.
O tempo foi passando, Mena foi crescendo cheia de responsabilidades, pois sua mãe Geny, perdeu a audição e seu pai Ignácio a elegeu o braço direito para assuntos domésticos. E QUE BRAÇO DIREITO, tudo era olhado nos mínimos detalhes. Nada faltava no dia a dia e muito menos em dias festivos, quando se reunia toda a família os filhos e netos, sobrinhos, tios e tias. A família era muito grande e todos adoravam festas e se reuniam sempre, principalmente do lado dos Fleury de Barros.
A casa em Goiás era pura alegria, os passeios eram feitos para a fazenda das Lajes do Vô Vigico - Virgílio José de Barros e da vó Marianinha - Mariana Augusta Moraes Fleury de Barros. E, também, para a “chácara de Abrão”, na Cachoeira Grande, por onde passavam os rios Vermelho e Bacalhau. Uma infância lembrada com muita saudade por todos da família e contada aos seus filhos.
Quando os irmãos se casaram, prestativa demais, iniciou uma nova etapa de sua vida: ajudar as cunhadas quando nasciam os bebês e em outras ocasiões, também. Ela se desdobrava para que tudo corresse com perfeição. E assim era. As cunhadas só têm boas recordações da carinhosa Mena.
Suely, a primeira nora, e Clenon foram os primeiros a dar um netinho para a família. Suely diz que encontrou uma segunda família, foi amada e amou como filha os pais e irmãos de Clenon. E com carinho lembra a sua meia irmã Mena: “Quando eu ia dar à luz , morando no interior de Goiás, para onde Clenon e eu estivéssemos ido, lá ia Mena ficar comigo”. Suely diz com gratidão: "Mena foi mais que uma cunhada e irmã, ela foi uma mãezona, me ajudou demais, ficava até um mês comigo quando os meninos nasciam".
Maria Antonieta e Cleomar, sempre conviveram com alegria com Mena. Maria só tem elogios para a família e com emoção diz: “Precisamos muito agradecer à Mena a sua imensa dedicação, não só para mim, mas para toda a família, ela sempre foi muito dedicada a todos. Sempre está e esteve presente em tudo na vida de todos nós”.
Marília, veio de Lavras para Goiânia logo que ela e Clonge se casaram. Na família de Ignácio e Geny, encontrou o aconchego, contava com o zelo de seus sogros e especialmente, de sua cunhada Mena: “Mena foi uma mãe, uma irmã, uma amiga, que me acolheu com muito amor.”
Com, Cleusa, sua irmã mais nova, tinha e tem um carinho especial de irmã mais velha, era decicada mas não fazia diferença entre o tratamento dado às cunhadas. Cleusa sempre morou perto da casa dos pais, até quando mudaram para Brasília.
Dilma e Cley, os dois penúltimos casais, tiveram a mesma assistência, Dilma com respeito e carinho diz: “Ai meu Deus do Céu, do jeito que eu gosto dela...Ela foi e é o esteio, é uma fortaleza, enfrenta tudo com serenidade.”
Celeste e Cleuler, embora morassem no Rio, sempre que podia ela lá ia nos momentos que dela precisaram.
Quando Ignácio e Geny se mudaram para Brasília foram, também, os filhos solteiros, e as famílias de Cleomar e Maria, e de Cleusa e Gil. Cada família se estabeleceu em uma casa, pertinho uma da outra. A casa de Ignácio e Geny, na W3 passou a ser o ponto de encontro da família e das festas.
Tudo era muito difícil na cidade que estava começando, faltava muita coisa, tia Mena tinha que andar muito para manutenção da casa. Compras para abastecer a casa só no Núcleo Bandeirantes, longe da casa e com muita poeira pelo caminho. Em volta da casa, também, tinha muita poeira. Tudo corria dentro da mais tranqüila normalidade, para nós, que não víamos o trabalho árduo que tia Mena enfrentava, pois foi uma época muito difícil, tudo era complicado.
Quando a família se reunia para o Natal, a casa da W3 parecia que ficava maior, pois acolhia a todos. Filhos, noras, genro e netos ficavam reunidos em um clima de congraçamento de tamanha harmonia que a alegria contagiava a todos. Para os netos não existe recordação mais feliz, que os tempos das festas e das férias na casa do vovô Ignácio e vovó Geny, aos cuidados da tia Mena, todos nós desde cedo, sabíamos que tia Mena é quem comandava.
A Vargem Grande era uma FELICIDADE à parte. Tia Mena cuidava de tudo, Vovó Geny inspecionava e ajudava, mas era ela que trazia o conforto, a normalidade e tranqüilidade que se tinha nestes encontros da família. Todos os filhos, netos, alguns sobrinhos dos nossos avós, todos iam para a fazenda para passar de 10 a 20 dias de férias. Comida, lanche, tudo na hora certa, com muita fartura e com uma limpeza inacreditável, pois nada era calçado ou gramado, o quintal era pura terra e o jardim, uma pequena área na frente da casa, era coberta com pedras de rios, como as ruas de Goiás. O chão da casa era de cimento rústico e não era lisinho, cimento queimado como se diz, mas era limpissimo, apesar das botas sujas de “bosta” de vaca, pois o curral era ao lado da casa e as vacas faziam tudo ali mesmo e a criançada e os adultos num trança trança, dia e noite pela sala de visita sujava tudo, mas a limpeza era imediata. A varanda, atrás da casa, era de tábuas largas, alta do chão, pois a frente da casa era mais alta que o quintal. Embaixo da varanda era aberto e algumas galinhas mal educadas, que não gostavam do galinheiro e fugiam, e faziam embaixo da varanda o seu poleiro para ficar mais "quentinhas". As crianças que faziam as refeições sentadas ali na varanda, enojados, sentiam, de vez em quando, um cheirinho esquisito de titica de galinha... mas só de vez em quando, pois o rastelo era passado todos os dias de manhã e às vezes à tarde por causa do cheiro e dos mosquitos. Todo o quintal era varrido diariamente. As panelas, vasilhas e copos de alumínio brilhavam, serviam até de “espelho”, refletia tudo. As roupas de cama cheirosas eram lavadas no córrego depois do quintal. O banho era na bica, longe de casa e em dias de chuva era em bacias, dentro do quarto, não existia banheiro ainda, banheiro foi depois de 1969, só chuveiro, privada era a casinha perto das bananeiras, ai meu Deus, que medo e nojo do cheiro. Dentro da casa era usado o pinico durante a noite e de manhã tudo era rapidamente limpado, pois às dez e trinta era servido o almoço, na imensa mesa da sala de visita.
Era um hotel fazenda de altíssima qualidade, tudo era perfeito. Tia Mena, sem curso de hotelaria ou de administração hoteleira, tocava brilhantemente aquele bando de hóspedes mal acostumados com a mordomia oferecida gratuitamente a todos. Para ter uma noção do que era vamos enumerar os hóspedes: Clenon, Suely e seus cinco filhos (ainda não tinha o sexto), Cleomar, Maria e seus quatro filhos, Clonge e Marília e suas duas filhas ( Simone não tinha nascido), Cleusa e Gil com os quatro filhos, tia Cleony, Vovó e Vovô, Marizete e Ney e suas cinco filhas, e outros visitantes que ali passavam para dormir ou só para o almoço. Normalmente, umas trinta e cinco pessoas diariamente, sem contar os empregados e os visitantes diários.
Era preciso muita sabedoria e conhecer muito de administração e logística, em termos modernos, para gerir uma verdadeira pousada, ainda com um agravante muito grande, tudo era mais difícil de se conseguir, pois as estradas e o acesso às cidades perto eram precários, não tinha banheiro nem água encanada.
Brilhante tia Mena, brilhante em todos os sentidos. A senhora foi e continua sendo o ELO que une esta imensa família, nem meu avô, minha avó, ou qualquer um de seus irmãos teve ou tem a sua sabedoria, a sua generosidade, a sua perspicácia, para manter a todos unidos. Austera, exigente, mas doce, vigiava os sobrinhos encapetados, com olhos atentos, sem perder qualquer deslize ou artimanha, dava suas broncas, mas ninguém se magoava, pois eram broncas enérgicas, mas ternas e merecidas.
Ternura, tenacidade, afabilidade, ninguém consegue deixar de pensar na senhora como uma fortaleza que erigiu um muro em torno de nós, pois se existe convivência até hoje devemos à Senhora e à tia Cleony, destacando aqui o papel de "sombra da tia Mena" a Valéria, prima amada, prestativa, que merece nossa gratidão e homenagens também. Se nos reunimos é por causa de vocês. Graças a vocês nós nos conhecemos da segunda geração - tios e tias - terceira - primos primeiro grau - seus filhos - filhos de seus filhos - já na geração de trinetos do casal Ignácio e Geny.
Nosso louvor a Deus pela sua longa vida tia Mena, sabemos que a Senhora tem passado por tristezas imensas com a perda de seus queridos irmãos, Jandira, Benedita, Vovô, Vovó, e tantos outros. Mas Deus a fez viver muito para poder fazer de nós esta família unida em torno da Senhora, por isso, todos nós tentamos fazer um pouquinho para lhe dar alegria e conforto. Nossa gratidão por tudo que a senhora fez e faz por nós, nossa admiração valente mulher que é, nosso imenso amor por nossa amada tia/avózona.
Não existe como demonstrar este imenso amor que sentimos pela Senhora, somente queremos que a Senhora saiba que todos nós compartilhamos deste imenso afeto, sinta-se, em meu nome, homenageada por todos, sem pedir autorização faço esta homenagem, mas tenho certeza de que é de todos.
Beijos carinhosos de todos nós.
Deus a abençoe.

MARIA DULCE LOYOLA TEIXEIRA

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