A que nos leva o pensamento, quando vemos estampado
em uma reportagem o caso do Padre Luiz Augusto?
Será que é necessário não escutar os anseios do
povo católico? Será que não se pode estender a mão de uma maneira mais direta
sobre os fiéis da Comunidade Atos da Arquidiocese de Goiânia? Será que negar a
tantos uma resposta e uma explicação, marcando um encontro com todos fiéis e ir
lá na Atos e, entre todos os fiéis, dizer claramente o que pode e o que não
pode? Em todo esse tempo, durante as celebrações cheias de fiéis, nunca se teve
a presença significativa da direção da Igreja Católica. Aonde há povo de
Deus é a própria Igreja Católica que ganha com isso.
Muitos têm pedido, falado, procurado mostrar que
existe uma única busca nas celebrações do Padre Luiz Augusto - a
busca de Deus. Piedosos e caridosos o povo de Deus tem procurado de todas as
maneiras continuar as suas atividades arrancadas, abruptamente, de todos.
Todos estão dispostos a entender o que está acontecendo, mas é necessário que
orientem. O Padre Luiz Augusto nunca mais pôde reunir os fiéis para poder dar
essa explicação, a orientação para saber, ao ver dos dirigentes da Arquidiocese
a quem se deve a obediência, o que tem de errado o Padre Luiz e mais, o que
fazem de errado todos os fiéis.
Não é intenção desse povo de Deus e nem do Padre
Luiz ficar longe da Arquidiocese, pelo contrário, precisam da mão da
Arquidiocese, mão justa, mão acolhedora, mão que orienta. Essa é a
correção cristã que aguardam e juntos todos caminharão ao encontro do objetivo
maior que é servir a Deus, assim servir à Igreja e sua missão de amar ao
próximo.
Essa punição em todos os aspectos tem sido negativa
- trouxe um enorme desajuste entre os fiéis e a Arquidiocese, tem causado dor e
uma grande inquietação ao Padre Luiz. Justiça seja feita todos têm respeitado a
direção da Igreja, porém, sempre na educação de filhos, estudantes, empregados,
a correção é feita imediatamente, no local, mas se aproveita o que se tem de
melhor e segue em frente.
Não somos defensores do homem sacerdote Padre Luiz
Augusto, somos defensores do conjunto - dele com todos os fiéis e das obras da
Igreja sustentadas pelas doações desses mesmos fiéis que se assustam com o
descaso, porque não dizer da falta de competência na gestão dos inúmeros empreendimentos
que eram realizados com sucesso. Vêm sendo recorrentes os casos em que não
conseguem dar prosseguimento, sabendo-se que em tudo em que estão presentes
Padre Luiz em parceria com esses fiéis é sucesso, e hoje estão todos afastados,
parados.
Cada texto, cada palavra, cada atitude em defesa da
atuação desse conjunto, Padre Luiz e os fiéis, tem sido livremente escolhido
por mim, minha família e alguns amigos, nem a interferência do Padre Luiz
conseguiria calar a voz das pessoas que querem de novo servir a Deus
plenamente.
A minha caminhada com o Padre Luiz Augusto é,
relativamente, curta, entretanto, como uma pessoa conhecedora das leis da
Igreja, logo me inteirei da situação. Os fiéis que o acompanham há
muito tempo, amigos que fiz nessa jornada, logo me colocaram a par de todas as
obras sociais que o Padre fazia e faz. Aliás, não é necessário estar ao lado
dele para saber de seu trabalho, pois, toda a cidade, porque não dizer, todo o
Estado, sabe de sua garra e disposição de ajudar aos mais necessitados.
Nas reportagens em que fala o Padre Luiz, também,
falou Dom Waldemar e fica claro a sua decisão de nada mudar na última resposta
da entrevista dada ao Diário da Manhã: "A única missão evangelizadora da
Igreja já se encontra nas paróquias em lugar privilegiado de realização, mas de
fato não se restringe a elas. A missão do Pe. Luiz Augusto é a de
colaborar com o pastor que o Senhor colocou à frente da Igreja em Goiânia e
espero que a sua colaboração seja generosa, uma autêntica profecia da unidade."
Perguntam. A colaboração para a unidade deve partir
somente do Padre Luiz?
Quem é o pastor que o Senhor colocou à frente da
Igreja em Goiânia? É o Bispo e/ou o Arcebispo.
Portanto, segundo as doutrinas da Igreja Católica
"A caridade é a expressão central do ministério do Bispo, porque é
sacramento da caridade de Jesus Cristo, que lhe pede que a exprima com o seu
amor de homem. O Bispo deve fazer que aqueles de quem é Pastor se sintam amados
por Cristo, o nosso Bom Pastor”. Bispo de Lisboa.
Quem lê esse texto que copiei da Carta Pastoral de
Dom Washington Cruz enxerga nele o Padre Luiz, cumprindo tudo isso que é
determinado nessa carta, portanto o que há de errado, meu Deus?
João Paulo II
dizia que “o cristão sabe que o amor é o motivo pelo qual
Deus entra em
relação com o homem; e é o amor também que Ele espera do homem como resposta.
Por isso, o amor é a forma mais alta e mais nobre de relação dos seres
humanos inclusive entre si”. (Mensagem Dia Mundial da Paz, 2004)
E na
experiência cristã, um dos efeitos que é propiciado pelo amor, a caridade,
é a misericórdia. A Caridade se entrega duplamente: por gratuidade ou por
reconciliação. Aqui está a identidade e a cruz do amor cristão. Sabemos que a
Igreja é formada por membros frágeis e pecadores, mas que possuem uma qualidade
transcendental, que é a de sustentar-se e fundamentar-se em Jesus Cristo.
Então, nós
que recebemos o dom da fé no mistério de Deus Pai, Filho e Espírito Santo,
temos de viver em permanente louvor e amorosa ação de graças a Deus, que nos
ama. Somente assim o ser humano vive a alegria de ser capaz de amar de verdade,
longe do estéril narcisismo e do duro egoísmo, totalmente entregue a uma vida
de fecunda solidariedade, construindo uma sociedade-comunidade de amor em comunhão
de pessoas. É a nova civilização de Amor, meta e missão de todos os discípulos
de Jesus.
Assim também
deve ser o nosso amor ao próximo; um amor “novo”, sem limites, que abraça a
todos, que não se detém diante do mal, mas que se estende até aos inimigos,
conforme ao ensinamento do próprio Jesus: “Amai os vossos inimigos” (Lc 6,27).
De forma que a caridade se transforma em experiência de conversão. O exercício
da caridade é uma sábia e santa forma de evangelizar.
“Ama e faze o
que queres”. Quando alguém chega a amar segundo as exigências do
Evangelho, não se deve preocupar com a bondade de cada ação tomada
isoladamente, porque perceberá facilmente que todos os seus pensamentos e as
suas obras, motivadas pelo amor, serão também conforme as prescrições da Lei.
Vai-se
realizando, assim, o desígnio de Deus para os seus filhos, que é de paz, de
amor e de fraternidade. Nesse processo gerador de unidade, o Senhor exige
também a nossa participação. Devemos compreender e, sobretudo, viver melhor o
preceito do amor fraterno, tanto entre nós da família arquidiocesana quanto com
as demais pessoas do mundo inteiro. Este é um dos mais bonitos testemunho de
Cristo Ressuscitado, porque “nisto todos reconhecerão que sois meus
discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros” (Jo 13,35).
“A
caridade representa o maior mandamento social. Respeita o outro e seus
direitos. Exige a prática da justiça, e só ela nos torna capazes de praticá-la.
Inspira uma vida de autodoação: Quem procurar ganhar sua vida vai perdê-la, e
quem a perder vai conservá-la” A questão é de saber com quais atos e verdade,
reconheceremos quem ama a Deus e quem ama o seu irmão”. E Santo Agostinho
conclui: “É necessário colocarmo-nos diante de Deus para julgar a intenção com
que agimos” (Tratado VI, 1, p. 277).
Se
acreditamos no Amor, devemos acreditar na eficácia e no poder realmente
revolucionário da caridade, que na Eucaristia encontra a sua perene veia de
animação para transformar-se em “serviço operante” em prol dos irmãos. Quando a
Eucaristia não produz uma grande “carga” de fraternidade cristã, é sinal de que
os cristãos não a recebem e não a vivem em sua plenitude.
Que nossos
problemas, nossas dificuldades e nossos contratempos não se convertam em
desculpa para não nos darmos a Deus e aos irmãos, nem para nos esquivarmos do
compromisso na vida social.
A Igreja
necessita da riqueza de nossos dons: tempo e talentos, desejos de trabalhar por
mais justiça, fraternidade e solidariedade. E também do aporte econômico, para
sustentar a comunidade em que cada um de nós, por Jesus e pelo Evangelho, vive
e trabalha. A Igreja precisa de nossa ajuda entusiasta e comprometida que nasce
do amor de Deus.O ministério da caridade pertence a todo sacerdote por seu
batismo e pela sacramentalidade na qual foi investido em vista de ser
servidor do Evangelho. A caridade também é tarefa de todo fiel na Igreja.
Porém, pertence ao sacerdote por outras razões mais particulares e profundas
que nascem de sua identidade e de seu ministério sacerdotal, como sua
configuração a Cristo, Cabeça e Pastor da Igreja. Assim se expressa João Paulo
II: “O presbítero participa da consagração e missão de Cristo de um modo específico
e autêntico, ou seja, mediante o sacramento da Ordem, em virtude do qual está
configurado em seu ser com Cristo Cabeça e Pastor, e compartilha a missão de
‘anunciar aos pobres a Boa Notícia’ em nome e na pessoa do próprio
Cristo” (Pastores Dabo Vobis, 18). Como Jesus, Bom Pastor, o sacerdote é
chamado a cuidar de todas as ovelhas e a saciar sua fome e sua sede, mas com
especial cuidado busca a perdida, cura a ferida, reincorpora a descarrilhada da
comunidade.
A Doutrina
Social da Igreja em sua essência, não é mais que a aplicação do Evangelho às
circunstâncias concretas da vida dos homens, em nossa sociedade e em nosso
tempo. E, logicamente, parte-se de um princípio indiscutível, que não podia ser
outro a não ser este: a dignidade do ser humano. Daí brotam os direitos
fundamentais e inalienáveis de toda pessoa, desde a concepção até a morte
natural. Não importa sua condição, seja homem ou mulher, rico ou pobre,
inocente ou réu.
Pobres são os
famintos, os desempregados, os explorados, os sem-teto, os ignorantes, os
desabrigados das catástrofes ambientais, os enfermos, os pecadores, os
prisioneiros, os perseguidos. Paupérrimos são todos aqueles que vivem sem as
mínimas condições de vida para sobreviver com as próprias forças. Neles
enxergamos a presença sofredora de Jesus. Sobre a sua desventura devem
encurvar-se a nossa atenção afetuosa e o nosso cristianismo. Se não ouvirmos o
seu grito de dor e nos fecharmos em nossoegoísmo, não somos dignos de ser
chamados cristãos.
Em uma
paróquia, a caridade não pode ser o resultado heróico de uns poucos, mas deve
ser uma preocupação de toda a comunidade paroquial, pároco e fiéis. Alguns, na
comunidade paroquial, em nome dela, se ocupam mais da Pastoral da Caridade. Mas
todos na paróquia são responsáveis pela caridade. O Documento de Aparecida
(407) apresenta os “rostos sofredores que nos doem”.
Para que povo
tenha o suficiente para viver dignamente. É necessário: uma consciência
renovada de responsabilidade individual e social dos trabalhadores, dos
estudantes, dos técnicos, dos profissionais, dos empregados, dos comerciantes
etc.; um Estado que se empenhe na superação da mendicância; esposos, pais e
filhos que reforcem tudo o que os une e superem todas as dificuldades que os
dividem e todos aprendam a viver com generosidade e alegria; jovens que vivam
com entusiasmo e esperança seu futuro, vivam os grandes ideais do amor, da
pureza e do serviço, e não se deixem sucumbir ao álcool, às drogas, às
influências que privilegiam tão somente a aparência física, em detrimento da
riqueza espiritual e psicológica; a superação, nas cidades e no campo, da
insegurança, da violência, da pobreza e da miséria.
A família é a
“primeira escola de virtudes sociais” (Familiaris Consortio, 42). E a caridade
é o nutrimento e o fogo de todas as virtudes, inclusive as virtudes sociais. “É
dever dos pais dispor os filhos, na família, desde a mais tenra idade, a
conhecerem o amor de Deus para com os homens todos; ensinar-lhes pouco a pouco,
sobretudo pelo exemplo, a solicitude pelas necessidades materiais e espirituais
do próximo Tudo perde sentido se não há amor. Tudo carece de fundamento
sem amor. A ressurreição de Cristo inaugura em Pedro e, em Pedro, em todos
nós, um processo de retorno à raiz da relação de Deus com o homem, que nos
converte em construtores da nova civilização do amor e da esperança; é o pedido
de Jesus a Pedro: “apascenta minhas ovelhas” Só daremos fruto se formos
sinais de esperança e luz. Cristo continua saindo ao nosso encontro,
convidando-nos a amá-lo em seu amor, para ser e construir a história de amor de
Deus com os homens, com a humanidade.