Como Jesus agiria se encontrasse uma multidão de
fiéis pronta para servir? Ele teria uma atitude semelhante a que teve quando
realizou o milagre da multiplicação dos pães para a multidão que o seguia, traria
para perto de si seus filhos, não colocaria obstáculos no caminho, atenderia a
todos igualitariamente, Ele amaria a todos sem distinção.
Poderiam perguntar, mas o Padre Luiz não está
celebrando de novo, até deram a ele uma Paróquia? Porém, não explicaram como fariam
para que ele recebesse na pequena igreja da nova paróquia os fiéis que o apoiam
e o acompanham que não são dez nem cem, são mais de cinco mil.
Sem saudosismo, nem inveja e muito menos temendo o
que apresentam a essa multidão agora, só para entender, indagam mais uma vez. O
que é que os bispos de Goiânia têm contra esses fiéis?
Foram eles que ajudaram a construir a igreja da
Sagrada Família, um refinado e confortável legado aos seus sucessores. Tudo
estaria correto, entretanto, continuam punindo a todos que se desgostaram da transferência
do Padre Luiz sem uma verdadeira explicação para esse fato.
Quando estavam todos convencidos de que tudo estava
transcorrendo naturalmente, de novo, sem consideração, de uma forma ríspida e
humilhante poucos instantes antes do início da missa de domingo, um padre
substituindo ao Padre Luiz, comunicou a esses mesmos fiéis que não mais teriam
missas na sede da Comunidade Atos ou qualquer outro tipo de atendimento com o
Padre Luiz Augusto. Não se importaram com os diversos trabalhos que ali desenvolviam.
Quem chegar hoje à sede da Comunidade Atos se deparará com um cenário de levar
às lágrimas qualquer um que colaborou para se ter ali um local de Deus. Uma
imensa área abandonada e carecendo de manutenção. Uma desolação. Mais um
descaso com o patrimônio da Igreja ali deixado.
Agora, novamente, sem explicações (e com algumas restrições
embutidas) designaram o Padre Luiz Augusto, como Vigário, para a Paróquia de Santa Terezinha
do Menino Jesus. Uma igreja com capacidade para no máximo cem pessoas. Sabiamente
o Pároco Padre Cássio, conseguiu que a escola Camila Scaliz Figueiredo cedesse
o espaço do ginásio para que ali se realizem as celebrações, tudo terá que ser preparado
na hora e no local. As pessoas não medem esforços para adequar o espaço cedido.
É sabido que tudo está mais difícil. Os fiéis, verdadeiras “formiguinhas
obreiras”, estão chegando bem mais cedo, para realizar um trabalho de
transformação do espaço. É muito serviço, mas, tudo por amor a Deus. Somente
quem está por perto para notar a logística que existe para a organização de
tudo, até após o final da celebração. Nada impede o trabalho, é com imenso
prazer que tudo é colocado em seu devido lugar. São ajudados pelos fiéis da
Paróquia, contando, ainda, com a colaboração constante do Padre Cássio, o
Pároco. Todos reunidos cuidam de cada detalhe, colocam cadeira por cadeira em
fila, levam o som para o lugar certo, ornamentam e arrumam o altar, técnicos testam
a parte elétrica com o gerador, tudo é checado. São repassadas as leituras, os
cantos, tudo está pronto para o início da Santa Missa.
Porém, nesse domingo, dia 19 de fevereiro de 2012, com
tudo pronto veio a chuva com vento forte molhando toda a área, causando um
grande transtorno a ponto de quase impedir a celebração. Naquele momento, cada um ajudou como podia,
depois de tudo desarrumado para não molhar, foi preciso correr para reorganizar
e dar início ao mais esperado: a Santa Missa.
Quase duas mil pessoas, desculpem a comparação, que
nem bicho quando a chuva cai no meio do pasto, aglomerados tremendo de frio, no
meio do ginásio esperando a chuva passar. Qual a necessidade disso? E pensam
que desistem? Que nada, nem a chuva, nem o trabalho de reorganizar tudo, nada os
impediria de participar de mais uma celebração do Padre Luiz Augusto.
Tudo reorganizado, as cadeiras estavam semi enxutas,
o chão ainda estava molhado, mas, os fiéis não foram embora, com suas roupas úmidas
e os sapatos encharcados, em silêncio ouviram anunciar o início da Santa Missa,
eles cantaram louvando a Deus pelo momento. Padre Luiz Augusto, iniciava mais
uma celebração para quase duas mil pessoas – mesmo com chuva e sendo domingo de
carnaval. Seu olhar é a prova mais visível de seu amor ao seu sacerdócio, ali
está a sua vida, a sua vocação. Ele é, realmente, um instrumento de Deus para
guiar milhares de pessoas no caminho que pregou São Tiago: a fé com obras. Perseverantes,
não mais se lembram da chuva. Padre Luiz Augusto trata com tanto carinho os
fiéis de Jesus Cristo, que terminada a Missa centenas de pessoas querem ser
abençoadas por ele, ficam ali esperando por mais de meia hora. Não digam que
são seguidores ou qualquer título que queiram dar para denegrir às pessoas que
ali estão, são pessoas integras, que não falam de outros paroquianos, não
desdenham de outros padres. Só querem servir a Deus.
De novo perguntam. Por que tanto descaso com esses
fiéis? Qual é o crime que cometeram?
Uma coisa inaceitável é a falta de bom senso dos
bispos que preferem agir dessa forma sendo que existem paróquias vazias,
prontas, com teto, altar, bancos, portas que dão segurança aos objetos da
igreja e com tudo que facilitaria a vida dos milhares de fiéis que querem ter o
direito de escolher o sacerdote, pois ele é um instrumento que ajuda a chegar a
Deus, assim como os quatro homens carregaram o paralítico para chegar até Jesus
para que ele recebesse a graça de ser curado. Deus quem cura, mas é necessária uma
boa evangelização para que a sua fé cresça, a fé leva a ser mais próximo dos
ensinamentos de Jesus Cristo.
Essa falta de bom senso faz com que custe aos fiéis
para manter o lugar que precariamente tenta abrigar essa multidão uma importante
parte das contribuições que eles deixam para a Igreja.
Seria essa a atitude de Jesus? Não, não agem como
Jesus agiria, pois Jesus levou a multidão que o seguia a um lugar aonde havia
muita relva para que ali se assentasse e providenciou comida para que saciasse
a fome. Jesus sabia que a multidão o seguia porque via os benefícios que Ele
fazia ao povo.
Existe uma multidão em Goiânia querendo servir e não
encontra o apoio dos bispos, eles não se importam e tentam dispersar esses fiéis, levando para lugares distantes e pequenos o sacerdote das
multidões. Essa multidão espera que a sabedoria divina se manifeste, enquanto
isso continuará a adequar espaços, templos, gastando o que poderia estar sendo revertido
em obras de caridade e mesmo em evangelização de muitos.
Se nos deixarmos levar pelas coisas que os homens
determinam, não teremos a resposta para as nossas indagações e muitos que se satisfazem
com isso, é porque não conhecem o amor de Deus, busquemos o novo, procurando
fazer da caminhada uma jornada segura nas mãos de Deus, mesmo que se
interponham as barreiras elas serão derrubadas.